domingo, 29 de março de 2009

L'amour..

E quando as horas da solidão, a mais dramática e trágica Solidão, ameaçavam esfacelar-lhe cada centímetro ele sinaliza com uma sinceridade que assustou seu coração largado, e ela corresponde com uma verdade apaixonada. Sua voz preencheu cada canto entre as quatro paredes encardidas de sua mente. Milhões de eras poderiam passar, despercebidas. Ela não notaria. A única coisa que lhe importava estava ali, aquela voz que dizia tudo o que importava, adentrando cada poro, possuindo cada fio de cabelo, adormecendo os sentidos.
"...ele disse que se pudesse escolher por um instante de ver só uma coisa no mundo, só uma, não ia pedir para ver nem nenúfares narcisos nem goivos vermelhos nem a aurora nem o crepúsculo nem um navio de ferro nem a lua nem o mais magnífico palácio nem as leras douradas de um livro de crônicas nem um gato persa nem pirâmides nem o paraíso nem o fim do mundo nem um jardim, queria me ver dançar..."
(trecho de um livro cujo nome não lembro..)



sábado, 21 de março de 2009

Seus amigos


"Cada um deles tinha um nome, e uma cor. Cada um deles a perturbava de uma forma particular, peculiar. Cada um libertava um pouco de uma coisinha ou outra que a sufocava, pois mesmo ela, com todo aquele discurso de intocável e durona, perecia por sentimentos repressores e constantes.
Cada um deles tinha um cheiro e um gosto, e a inspiravam, uma inspiração que se alojava e se expunha ao mesmo tempo.
Ah, sim. Eram pequenos e tarjados."

sexta-feira, 20 de março de 2009


"Ela tinha aspirações. Queria ser imensa. Queria ser um grão de areia, e que o vento a guiasse. Queria ser amiga de sua essência, e não perder-se de tal amiga, mas perder-se pelo mundo afora, por experiências, e entre o frescor de novos aromas experimentar novos gostos. Queria a companhia de suas paixões sem pudor, de amigos verdadeiros, queria tudo o que amava e que era bom e apenas o que era bom. Queria incinerar toda e qualquer recordação tóxica.
Seu caminho era feito de som e de palavras depositadas em quaisquer superfícies que as aceitassem. Por vezes eram folhas de papel, em outras, corações. Ela não tinha medo."

terça-feira, 17 de março de 2009


"Porque eu me reviro em demência até que meus pensamentos percam todo e qualquer traço de lucidez e então me encontro observando os pontos embaçados do que me resta de mim por aqui. Porque o que ficou contigo é maior, e melhor, talvez os únicos traços de tudo o que não é fleumático e desprezível em mim tenham encontrado um lar contigo, porque comigo só resta angústia e pensamentos desbotados."
Folhas. Secas. (ou "Crônicas de um Amor Desesperado", com clichê)