sexta-feira, 30 de abril de 2010

Anna e eu e anna

É uma luta cretina que travo comigo mesma, 




"eu quero viver, sabe
quero muito
mas acho que não sei mais como se faz isso"


"eu não consigo lidar com essa dependência/necessidade louca de certas coisas
e são tão poucas
insubstituíveis"


"mas a comida é boa
então to nem aí"

domingo, 25 de abril de 2010

Um pouco de você eu consegui tirar de mim. Foi muito rápido, e muito espontâneo. Assustei-me, apressei-me. Joguei o pouco e seu peso vivo-morto sobre as teclas desbotadas. Desviava o olhar, procurava não encarar as palavras que se formavam  na tela, com seu brilho que teimava em ferir meus olhos. Cansados. Insones. Por causa de você. Enquanto cuspia o pouco de você  pensava nos nossos instantes polarizados. Cada um deles, recheado de bem e de mal, de bom e ruim. Pensava na minha fome de você, que me fazia, repetida e sucessivamente, engolir-te e vomitar-te. Comer-te, tragar-te, cuspir-te. Fazia-me devorar-lo e forçava-me a expeli-lo. Pra depois, tão pouco depois, me fazer juntar o que repudiei em um instante pirado e forçar goela abaixo, como se fora o único alimento existente pra suprir meu corpo fraco, e minha alma quebradiça. Eu sou você, por que não consigo ser eu.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Enquanto espera ela se apavora, não é medo de escuro: ela está sozinha. De todos os monstros e bruxas voltando diariamente em estórias contadas pela voz invariavelmente cansada de uma ou outra tia de colégio, o que sempre a atormentou foi solidão, e ela ignorava o sentido, e ela fugia e fechava os olhos, e ela chorava um choro angustiado e nem sabia porquês."

F5

Estive tentando deletar tudo o que sobra, e me lembrar do que realmente importa. Fazer desaparecer todos os excessos inúteis e abraçar os úteis, e dar vida a eles, e ingeri-los. Mas a tarefa é tão árdua. Me sinto exausta e desmotivada. Não encontro os porquês, e não paro de indagá-los. E não entendo por quê continuo. Mas continuo, acho que é o que importa no final. Vai ter um final. Vai passar.

"Passa-se a vida esperando que disso resulte uma vida." (Samuel Becket)